Todos nós já ouvimos a famosa frase do nosso saudoso Abelardo Barbosa Figueiredo, o Chacrinha: “quem não se comunica se trumbica”.
Saber se comunicar é imprescindível. É através da comunicação que validamos os nossos pensamentos, desejos, requisitamos algo, questionamos, informamos, etc. Para que a nossa comunicação seja compreendida precisamos ser claros, objetivos e recorrer à linguagem adequada conforme o receptor.
Existem dois tipos de linguagens: a linguagem verbal e a não verbal. Ambas visam a troca de informações entre o emissor e o receptor, e a finalidade é transmitir uma mensagem de forma assertiva e compreensível. Por essa razão é preciso expressar-se de maneira que o outro possa entender claramente para que não haja erro de comunicação e possíveis conflitos gerados pelo não entendimento.
Linguagem verbal: é aquela expressa por palavras escritas ou faladas, ou seja, a linguagem verbalizada, podendo ser manifestada através da fala, textos, e-mails, mensagens, notícias, etc.
Linguagem não verbal: atos comunicativos utilizados através dos signos visuais, como, por exemplo: as imagens, expressões faciais e corporais, ícones, símbolos, semáforos, pinturas, etc.
Atualmente, devido a vários fatores, especialmente o trabalho remoto imposto pela pandemia, estamos usando cada vez mais a linguagem verbal na forma escrita.
Apesar de todas as mídias de vídeos, e áudios, nunca escrevemos tanto como no momento presente. São inúmeros e-mails que enviamos para nossos colegas de trabalho e clientes, mensagens de textos em aplicativos, conteúdo nas redes sociais, elaboração de propostas e de apresentações escritas, blogs que alimentamos com artigos, entre tantas outras formas de comunicação escrita.
Muitas vezes usamos esses recursos da escrita quase automaticamente, sem dar a devida atenção aos detalhes que são de extrema importância.
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É verdade que a nossa língua portuguesa não é nada fácil de ser usada corretamente, mas é assustador o número de erros gramaticais que encontramos em nosso dia a dia. Por isso precisamos entender que uma boa e correta comunicação escrita empresarial/comercial é uma ferramenta indispensável para qualquer profissional.
Listamos alguns erros comuns bastante usados:
- Mas/Mais
“Mas” é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de “porém”, “contudo” ou “entretanto”.
“Mais” é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, indicando adição ou acréscimo. É também o oposto de “menos”. Exemplo:
Maria estudou, mas não passou no concurso.
Trabalhei mais do que você.
- Haver/A ver
“A confusão entre as expressões se dá porque a pronúncia é a mesma”, explica o professor Eduardo Calbucci. “Haver” é um verbo e significa “existir”. “Ter a ver” é “ter ligação”.
- Em princípio/A princípio
“Em princípio” assemelha-se a “em tese”. “A princípio” é como “no início”.
- Eu/Mim
O pronome reto “eu” é utilizado apenas na posição de sujeito do verbo. Nas demais situações, usa-se o pronome oblíquo “mim”.
Errado: Não há mais nada entre eu e você.
Certo: Não há mais nada entre mim e você.
- Obrigado/Obrigada
Essa regra é muito simples. Homens dizem “obrigado”. Mulheres dizem “obrigada”.
- Vamos nos ver amanhã? (certo)/ Vamos se ver amanhã? (errado)
O sujeito do verbo “vamos” é de primeira pessoa do plural (nós), por isso a forma correta é “vamos nos ver”.
- Na minha opinião (certo)/ Na minha opinião pessoal (errado)
“Na minha opinião pessoal” é um pleonasmo, ou seja, a repetição desnecessária de uma informação, uma redundância: sua opinião já é pessoal. Por isso, diz-se apenas “na minha opinião”.
- Menos/Menas – Use sempre “menos”, nunca “menas”. Exemplo: Gosto de todos, menos da Maria”, “Eu gostaria de fazer menos coisas.”
- Seja/Seje – “Seja autêntico.”
- Por que/Porque/Por quê/Porquê
Usa-se “por que” para perguntas, mesmo que implícitas.
Exemplos:
“Por que ela ainda não chegou?” e “Ele não sabe por que está aqui”.
Usa-se “porque” para respostas. Se consegue substituir por “pois”, essa é a forma correta.
Exemplo: “Não foi trabalhar porque estava doente”.
Por quê é usado no final de uma frase, seguido de pontuação (exclamação, interrogação, reticências).
Exemplo: “Estou chateado. Sabe por quê?”.
Já o “porquê” tem exatamente o mesmo sentido de motivo ou razão. Exemplo: “Não sabia o porquê de tanta raiva”.
- Gerundismo: “O senhor pode estar ligando para o atendimento.”
O correto: “O senhor pode ligar para o atendimento”
Esses são apenas alguns exemplos de erros gramaticais cometidos com mais frequência, porém existem muitos outros que não caberia aqui citá-los.
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Outra dica importante é sobre escrever em “CAIXA ALTA”, ou seja, tudo em maiúsculo. Evite essa prática, pois pode transmitir a ideia de estar gritando.
Isso não é nada agradável de ser lido!
O fato é que não podemos minimizar o problema e considerar que “todos cometemos erros”. Sim, cometemos, mas em um ambiente profissional, principalmente, devemos evitá-los a qualquer custo!
Algumas ações podem ajudar quando houver dúvidas sobre a escrita de uma palavra ou um texto, seja para uma comunicação pessoal ou profissional:
- Dicionário. Sempre que surgir uma dúvida, use um bom dicionário para se certificar. Existem dicionários online de fácil acesso.
- Hábito da leitura. Leia mais, leia sempre. A leitura ajuda na memorização de palavras, amplia o vocabulário e aumenta a criatividade.
- Antes de escrever, anote as ideias ou itens principais. Isso ajuda a elaborar melhor aquilo que precisa ser comunicado e fazer com que o outro compreenda o seu ponto de vista.
- Pense no receptor. Qual a linguagem mais adequada para esse público?
- Faça cursos. O mercado disponibiliza diversos cursos rápidos e gratuitos na internet.
- Após terminar sua escrita, revise seu texto e na dúvida sobre alguma palavra ou expressão, substitua por outra similar que tenha o mesmo significado.
Estas são regras simples, que podem ajudar a melhorar a qualidade da escrita.
E lembre-se: a prática da escrita é um treino que pode ser aperfeiçoada conforme a assídua dedicação a ela.
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