Parece óbvio afirmar que os cartões de crédito e débito estão com seus dias contados se considerarmos que o mundo caminha para o fim do uso do material plástico. Entretanto, há outros fatores para ponderar, além do desejo de viver em um mundo mais sustentável.

Vamos avaliar alguns pontos importantes:

O material plástico

A sociedade está empenhada em diminuir o uso do plástico, visando principalmente a sustentabilidade. Já testemunhamos várias polêmicas envolvendo esse tipo de material, como, por exemplo, o fim das sacolas descartáveis nos supermercados e o banimento dos canudinhos.

Mas seria esta nobre causa que ameaça a poluição global a única responsável por fazer com que os cartões desapareçam?

O Crédito

A necessidade de acesso ao crédito das instituições financeiras e aos meios de pagamento não desaparecerão. As instituições bancárias estão oferecendo cada vez mais crédito às pessoas, aumentando, assim, a demanda por essa forma de pagamento. No entanto, isso não significa que seja necessário um cartão de plástico para poder realizar compras à crédito ou débito. 

Algumas instituições já estão se posicionando frente à desconstrução do plástico. Podemos citar como exemplo o Banco Santander, que lançou um cartão projeto-piloto em 2021 para produzir cartões com material reciclado. A Mastercard mudou a logomarca, retirando o nome da empresa, para que sua imagem fosse desvinculada da rede de cartão crédito e consolidada como fintech, uma empresa financeira de tecnologia. Seu posicionamento agora é companhia de pagamentos digitais.

Quais são as principais tendências em tecnologia para 2022?

O Mercado

De acordo com informações do Banco Central, no Brasil temos 134 milhões de unidades de cartão de crédito emitidos. Os cartões de débito chegam a 167 milhões e os pré-pagos 23,7 milhões. Estes números representam aumento anual de 12%, 26%, e 90%, respectivamente.[l1]   

A Transformação de hábitos

Os hábitos de consumo apontam para um crescimento do percentual de transações não presenciais.  25% das compras realizadas no crédito são oriundas de compras online.

Nas transações presenciais, a necessidade de não contato imposta pela pandemia também contribuiu para acelerar o processo de digitalização das compras de bens e serviços. Com isso, aumentou a adesão à funcionalidade contactless (sem contato).

As compras não presenciais aumentam e a funcionalidade contactless é cada vez mais utilizada. Então a resposta à pergunta inicial é que vemos uma tendência de que os cartões de hoje sejam transformados em outras tecnologias, em que dados ou credenciais continuem coexistentes e sejam inseridos em outros formatos, o que chamamos pagamento digitais.

O que já estamos vivenciando é uma evolução ‘turbinada’ de meios para efetuar pagamentos, onde os cartões de plástico tendem realmente a desaparecer.

As soluções de pagamento móvel, como Apple Pay, Google Pay, Samsung Pay são tecnologias que já estão sendo cada vez mais utilizadas, sendo elas responsáveis por fazer a interface entre a instituição financeira e o vendedor processando o pagamento. Além disso, é possível realizar o pagamento através de aplicativos, como o que acontece com os apps de transporte, por exemplo.

Há também a questão do conforto, praticidade e segurança que os meios de pagamento digitais trazem. Podemos citar as ewallets (carteiras digitais) e a NFC (comunicação por campo de proximidade) que são meios bastante seguros, pois o pagamento é protegido por criptografia. Isso significa que tanto os dados do cartão, quanto os dados pessoais ficam preservados no momento do pagamento.  

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As mudanças acontecem rapidamente, sendo incorporadas pelas pessoas conforme necessidades e hábitos. Fica difícil prever o fim definitivo dos cartões, mas com todo o desenvolvimento da tecnologia e a preocupação com o ecossistema, é provável que eles sejam transferidos para o formato digital em um futuro próximo.

É importante nos conscientizarmos sobre a sustentabilidade dos negócios. O fim do plástico, por exemplo, e de uma maneira geral, poderá impactar positivamente todo o meio ambiente em que vivemos.    

Tecnologia e alternativas adequadas não faltarão para a substituição dos cartões que hoje conhecemos. E se, de fato, isso se tornar uma realidade, o maior beneficiado será o nosso planeta!

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